NUM ERMO E
IMENSO TERRITÓRIO A POUCO MAIS DE MEIA LÉGUA DO MAR ATLÂNTICO É CONSTRUÍDO UM
CONVENTO PARA ONDE VÊM MEDITAR RELIGIOSOS EREMITAS
Fresco de N. Sª. da Rosa - Porto - Igreja S Francisco
Convento da
Cella-Nova ou Convento de Nª Sª da - 2
O Convento da Cella-Nova toma
posteriormente o nome de Convento de Nossa Senhora da Rosa devido a uma santa
imagem que terá chegado intacta às imediações do convento, vinda desde o mar
pelo esteiro acima quando num dia de forte tempestade naufragou no oceano um
barco genovês que a transportava. A pintura representa a Virgem com o Deus
Menino sentado no braço esquerdo e uma rosa que segura na mão direita, enquanto
nos dois lados anjos oferecem ao Divino Infante açafates de flores.
Interpretado este facto como milagre e sinal divino, logo conduz à mudança da
designação do convento.
De acordo com esta descrição o
quadro seria em tudo semelhante ao quadro “A Senhora, o Menino e os Doadores”
existente no Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra e ao fresco
“Senhora da Rosa” existente na Igreja de S. Francisco, no Porto e por nós
fotografado.
Não consta em documentação
conhecida a data exacta de fundação do Convento da Cella-Nova, depois, Convento
de Nossa Senhora da Rosa, mas sabe-se que no ano de 1413 já era habitado por
eremitas, porque no referido ano foi feita uma doação de uma casa na Vila de
Almada para que os eremitas nela se pudessem hospedar quando por aí passassem.
A doação foi feita por Marinha Lourenço Dona, em homenagem ao seu falecido
marido, Vasco Vicente. São recebedores os pobres eremitas João de Aragão,
Francisco Vasques e Frei Lourenço, moradores em Barriga (que o mesmo é que Cella-Nova)
e está escrita esta doação por João Gala Tabalião, com data de 10 de Dezembro
de 1413.
Anos depois da fundação do
Convento da Cella-Nova, depois Convento de Nossa Senhora da Rosa, Mendo Gomes
de Seabra sujeitou-o ao Convento da Serra d’Ossa para que pudesse gozar dos
seus privilégios e isenções.
As antigas escrituras dizem que a
Infanta Dona Beatriz (n. 1504 – f. 1538), Duquesa de Saboia, filha de D. Manuel
I e da sua segunda mulher Rainha Dona Maria se encontra sepultada na localidade
francesa de Nice. Contrariando a versão oficial Duarte Joaquim Vieira Júnior
escreve na sua obra “Vila e Termo de Almada” que esta princesa foi enterrada na
Igreja Conventual de Nossa Senhora da Rosa e que em 1896 ainda se poderia ver a
sua sepultura com o respectivo brasão, lisonja partida em pala com as armas de Saboia
e de Portugal, esculpido na laje.
Dona Ana de Ataíde, devota dos
religiosos de São Paulo, manda construir a Capela-Mor da Igreja Conventual de
Nossa Senhora da Rosa por devoção e amor, para seu enterro e de seu marido, D.
Jorge de Abranches, onde foram sepultados no ano de 1575, havendo notícia de no
local terem existido os brasões dos dois cônjuges, de Abranches e de Ataíde,
reunidos no mesmo escudo. Atribuiu ao Convento uma renda competente para que
lhes fosse celebrada uma missa diária.
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